quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Os novos Tempos dos Jogos

Por: Adm. Psi. Elioneide Venâncio

Na verdade, a grande evolução de nosso tempo, nestes últimos anos, se refere mais aos aspectos comportamentais dos indivíduos. As pessoas são o que realmente fazem a diferença. O processo, sem pessoas livres e capazes, que tenham uma compreensão do seu significado, é quase nada. Por isso não existem programas mágicos, daí o cuidado de utilizarmos jogos e vivencias de forma certa e coerente para que os mesmos não se transformem em meras alegorias, se não soubermos o que fazer com eles.

Para Cris Elgood, todos os jogos têm alguma espécie de seqüência de decisão- resultado, e todos são feitos para criar a oportunidade de aprender. Entre os inúmeros aspectos que coadjuvam com a modernidade e as pessoas, talvez seja esse o de maior relevância – A Aprendizagem. O saber é bem diferente do aprender.Muitos sabem fazer o jogo e não conseguem ensinar, ou seja, fazer o outro aprender. A palavra “jogo” é usada de maneira imprecisa, ficando difícil definir o que é, e o que não é, um jogo. Quando você se relaciona com alguém, independentemente do que essa pessoa representa, você deve a ela um respeito humano incondicional. Isso implica um tratamento gentil, respeitoso, delicado com a devida consideração que a pessoa mereça. Isso é um exemplo do que se pode aprender com o jogo.

Um valor de respeito humano, independe dos métodos que se utilizem dos jogos, independe de quem se fala, seja ela seu chefe ou um colaborador, seu líder ou liderado, ou mesmo um colega de trabalho. Por isso aceitamos como jogo, qualquer exercício que atenda ao respeito humano e que contenha todas as estruturas, regras e procedimentos que deverão orientar o comportamento dos participantes. Para se chegar a esse grau de maturidade nas aplicações dos jogos, precisamos ainda percorrer uma longa estrada e não sabemos se vamos chegar ao final dela, porque o final chama-se perfeição. No entanto precisamos caminhar, porque todos estamos comprometidos com a perfeição. Nenhum de nos tem a obrigação de ser perfeito, mas estamos comprometidos com essa busca .

Quando lidamos com os jogos e simulações no campo comportamental pelo menos três dimensões estão presentes: o intelecto, a matéria, e o espírito. Quando olhamos para essas dimensões percebemos a responsabilidade deste desafio. Apesar disso alguns profissionais ainda insistem em preservar algumas posturas viciadas, dizendo que aplica “jogos empresariais” que não tem nenhuma compatibilidade com as exigências desse novo contexto. O que procuro alertar é que precisamos fazer uma transição do velho para o novo rapidamente, em alta velocidade, porém com precisão. Precisamos entender que “crescer é aprender algo novo” e aprender é diferente de saber.

As resistências, mais uma vez persistem pela simples razão que as pessoas não aceitam mudanças.Precisamos criar e deixar fluir o nosso processo criativo dentro deste novo milênio. Precisamos lembrar que “excelência é uma arte conquistada pelo treino e hábito”. Daí a nossa responsabilidade enquanto profissionais que utilizamos a técnica de jogos e simulações.

Elioneide Venâncio - Administradora, Psicóloga, Pós-graduada em Recursos Humanos pela FGV. Atua a 20 anos na área de RH tendo trabalhado como Coordenadora de RH e como Consultora de Desenvolvimento Organizacional e Humana em empresas de médio e de grande porte com foco em Estratégias de Gestão de Recursos Humanos, Estratégias Motivacionais, Atração e Seleção, Cargos e Salários, Treinamentos Comportamentais, Pesquisas/Diagnósticos e Coaching. Membro da Comissão Especial de Recursos Humanos do CRA/RJ.

E-mail : neive11@uol.com.br


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